quarta-feira, 13 de junho de 2012

Favela ou Bairro?



Segundo o IBGE, entre 2000 e 2010 o número de pessoas que vivem em favelas passou de 6,5 milhões para 11,4 milhões (população do tamanho da Grécia), ou seja, um aumento de 75%. São 6% dos brasileiros morando em 6329 favelas em 323 cidades.

A concentração é nas regiões metropolitanas e em cidades com mais de 1 milhão de pessoas. Só na capital de São Paulo 10% da sua população vive em favelas. Há duas favelas com mais de 40 mil pessoas cada: Paraisópolis e Heliópolis, oitava e nona maiores do país. Um quarto dos favelados do país está no Estado de São Paulo, ou seja, 2,715 milhões de pessoas, sendo 2,1 milhões só na Grande São Paulo.

Mesmo com o PAC, com o CDHU, cooperativas etc, há muito a ser feito. Os preços dos imóveis nas favelas valorizaram muito. Onde eram ruas de terra, sem rede de esgoto, só violência, hoje há investimentos públicos em infraestrutura, novas escolas (a média de analfabetismo é de 8,4%) e postos de saúde. Os preços de venda e locação de habitações subiram mais de cinco vezes. Locação de R$ 80 hoje é R$ 400. Venda de R$ 15 mil, hoje é de R$ 100 mil. O preço dos terrenos subiu junto.  Até o preconceito contra os moradores melhorou. Hoje não se chama mais favela, é um bairro. A grande maioria das favelas tem hoje rede de água, saneamento, coleta de lixo e energia com medidor individual. A cor parda representa 55% dos moradores, os brancos 30%, e a idade média é de 28 anos.

Estes dados e essa fotografia evidenciam a grande desigualdade social no Brasil. Na favela nasce mais crianças que em um lar de maior capacidade econômica. A inclusão dessa população na classe econômica C requer uma atenção redobrada para as crianças, pois elas serão o futuro do país. O que não pode é haver a multiplicação da miséria. Os programas de habitação para todos devem ser adequados para que a iniciativa privada possa ajudar os governos a diminuir esse déficit habitacional.

Fonte: RD - Repórter Diário
Milton Bigucci

Opinião Maria Alves:

          O tamanho desses bairros realmente ultrapassam cidades. Favelas é um conceito de habitação que pra mim consiste em um termo mais ou menos abandono, porque, a maioria das pessoas quando ouvem o termo "Favela" automaticamente já vem em suas cabeças barracos, desigualdade e violência, entretanto, não é bem assim. Heliópolis, por exemplo, um modelo de "comunidade" possui diversas escolas, hospitais para a população, centros de lazer e até leituras, portanto realmente são bairros, mas mais que bairros há um novo termo "Cidade", atualmente o bairro está cadastrado como "Cidade Nova Heliópolis", pois seus habitantes são realmente do tamanho de uma cidade e talvez sem generalizar o bairro possui um atendimento tão bom que morar lá é muito melhor que outras cidades paulistas, em que, a violência é sem tamanho.

18º Encontro da UNAS reafirma seu compromisso na construção de Heliópolis, um Bairro Educador


500 pessoas estiveram reunidas no 18º Encontro da UNAS, em dezembro. Foram definidas as principais ações para 2012.

- Fortalecer a luta por educação de qualidade
- Lutar pela legalização e urbanização de Heliópolis
- Intensificar as ações com a juventude de Heliópolis
- Ampliar o trabalho da UNAS na região

Aloízio Mercadante, Ministro da Educação, foi um dos convidados do encontro e abriu a atividade fazendo uma análise de conjuntura. Mercadante se declarou o embaixador de Heliópolis em Brasília, e disse ainda que, além dele, toda a sua família está presente na luta dos moradores. Sua esposa atua no Jovens Alconscientes/UNAS, acompanhando os 10 jovens do projeto.

O ministro destacou que “No 1º ano do governo Dilma, tivemos a menor taxa de desemprego dos últimos anos, a inclusão de um milhão de jovens de baixa renda no ensino superior pelo Pro Uni, o programa bolsa família que vem impulsionando a economia, principalmente no nordeste e promovendo a inclusão social com a saída de 30 milhões de brasileiros da miséria”.

Mercadante era ministro da Ciência e Tecnologia e disse ter orgulho do governo Dilma, por ter possibilitado que 10 mil jovens brasileiros estejam estudando no exterior. Falou também sobre a visita da Dilma no Haiti, onde o Brasil tem uma missão de paz e ressaltou seu compromisso com os mais pobres.

Por fim, lembrou as eleições para a Prefeitura de São Paulo em 2012, onde declarou seu voto no petista Fernando Haddad, antecessor dele no Ministério da Educação e criador do ProUni.

O deputado estadual Carlos Grana falou sobre como seu mandato vem atuando a serviço de Heliópolis. O vereador Chico Macena apresentou o seu projeto de emenda parlamentar para o Pólo Cultural de Heliópolis. Edna Vasquez, coordenadora da CAS-Sudoeste, falou sobre a atuação da Secretaria de Assistência Social em Heliópolis e ressaltou a perspectiva de ampliar o trabalho de sua pasta em Heliópolis. Marta Sobral, campeã olímpica de basquete, anunciou seu projeto esportivo para 2012 em Heliópolis. Alexandre Schneider, Secretário Municipal da Educação, apontou os avanços na área de educação em nossa cidade, destacando a atuação da UNAS nas creches.

O arquiteto Ruy Ohtake traçou o histórico de sua relação com Heliópolis, desde o Projeto A COR em Heliópolis, a Biblioteca Comunitária, o Pólo Cultural Heliópolis, até a construção dos “prédios redondos”. Lembrou de sua entrevista na revista Veja, onde declarou que “Existe uma distância de beleza entre Heliópolis e o Morumbi” e do telefonema que recebeu de João Miranda (à época Presidente da UNAS) que o convidou para visitar a comunidade. De lá pra cá, se declarou apaixonado por Heliópolis. “Vi a solidariedade de vocês ao bater uma laje, a garra das mulheres como a Cleide e Genesia, e os jovens buscando alternativas”, afirmou.

Ohtake aceitou recentemente o convite da UNAS para pensar Heliópolis nos próximos 10, 20, 30 anos, mas já fazendo o que for possível de imediato. Cido Serio, prefeito de Araçatuba, parabenizou a UNAS por seu trabalho na Comunidade e afirmou que muitas experiências de Heliópolis estão sendo implantadas em sua cidade. João Santo, presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, falou sobre a importância dos Conselhos tutelares e de projetos voltados para a infância.

Por fim, Cleide, presidente da UNAS, agradeceu a presença de todos, lembrando a ausência de outros parceiros que não puderam comparecer ao encontro, mas estão ligados em nossas mentes e corações.


Matéria disponível também no Jornal Heliópolis

7º Festival Cine Favela de Cinema abre inscrições para a mostra competitiva

Festival, que até o ano passado dedicava-se apenas à exibição de filmes nacionais, transforma-se em um evento internacional e terá neste ano a América Latina como tema. 

      Estão abertas as inscrições para o 7º Festival Cine Favela de Cinema. Os interessados em participar da Mostra Competitiva, cujo tema é livre, devem se inscrever até o dia 31 de agosto. No site do Festival - www.festivalcinefavela.com.br – estão disponíveis todas as informações necessárias sobre como realizar as inscrições. Podem participar filmes de todos os gêneros e formatos, com duração de até 90 minutos (incluindo tempo dos créditos), que tenham sido realizados a partir de 2010. O melhor filme será eleito pelo público e receberá prêmio em dinheiro (R$ 3.000,00).

Em seu sétimo ano de realização, o Festival, que se dedica exclusivamente à difusão de filmes realizados por ONGs, Associações, Coletivos Artísticos e Periferias, traçará um panorama do cinema periférico produzido na América Latina e chegará a quatro comunidades populares da cidade de São Paulo, entre outras novidades. Em 2012, o Festival, idealizado pela Associação Cine Favela e com realização da MUK, acontecerá de 20 de outubro a 12 de novembro e terá como tema central a “América Latina”.

 “É a oportunidade de integrar as periferias deste continente, explorando novos olhares sobre problemas comuns e propondo reflexões por meio da Sétima Arte“, acredita Daniel Gaggini, diretor do Festival. Nesta edição, o festival ampliará seu alcance, levando suas atividades às Comunidades de Heliópolis, Paraisópolis, Cidade Tiradentes e Capão Redondo, que, juntas, somam mais de 900 mil pessoas, além de Estações do Metrô, Escolas Públicas, Entidades de Reabilitação e unidades da rede SESC-SP e oferecerá transporte gratuito para as sessões realizadas nas Comunidades. 

Outra novidade é a parceria firmada entre o Festival e o Portal Tela Brasil, o primeiro portal brasileiro de ensino de arte audiovisual, idealizado pela cineasta Laís Bodanzky, o que permitirá maior interatividade com o público. O evento, idealizado por Reginaldo de Túlio e Geneci Ledo de Túlio, tem a direção de produção, pelo terceiro ano consecutivo, de Flávia Tonalezi, design gráfico de Patrícia Cividanes e a direção geral e curadoria deDaniel Gaggini. 

 O projeto Cine Favela

 O projeto CINE FAVELA foi fundado em 2003 por um grupo de moradores da Comunidade de Heliópolis/SP com a missão de capacitar e promover a inclusão sociocultural de jovens por meio do cinema. 

Mais informações sobre o projeto em www.cinefavela.org.br Informações - tel: (11) 3141 –1595 ou 
festival@festivalcinefavela.com.br.

 Assessoria de imprensa: VERBENA COMUNICAÇÃO Tel. (11) 3079-4915 / 9373-0181 – eliane@verbena.com.br