segunda-feira, 26 de julho de 2010

Moda Surf Predomina entre jovens de heliópolis



A moda que a gente vê nas ruas da comunidade traz elementos da linguagem surf identifica à estilista Tatiane Bernadino, segundo ela a moda na comunidade é diversificada e tem seus grupos. Há o contemporâneo, minimalista e o funkeiro.

Para Mariana Tavares, da loja RR, a moda quem faz é o próprio consumidor, porém a comunidade busca estar antenada quando surgem as novas tendências. Marina acredita que a maioria dos jovens são influenciados pela propaganda.

Leonardo Belo, 16 anos estudante de moda e morador da comunidade ressalta que a moda cria uma mentalidade inquieta e agitada, fazendo com constantemente ansiemos por algo interessante e novo.

Angelina Fagundes, consultora de moda dá dica de como vestir-se bem no dia-a-dia "O modo como nos apresentamos interessa a nossa auto-estima, essa razão é suficiente para que uma pessoa esteja bem vestida e se sinta confortável, lembrando que não há necessidade de roupas de grife para que forme um look legal", afirma.

As pessoas vivem em função do novo, buscam algo que preencham e que seja muito interessante, por isso os estilistas não param de criar, trazendo a cada dia novidades que cada vez mais chama a atenção do consumidor, não só do publico feminino, mas a população em geral enfatiza Angelina.




Maria Ribeiro Novaes

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Leci Brandão no programa PadakiPadelá


A cantora de samba Leci Brandão participou sábado dia 17 de julho do programa PadakiPadelá da Rádio Comunitária de Heliópolis, o programa vai ao ar todos os sábados e domingos das 19 às 21hrs.
A cantora participou aovivo e respondeu perguntas dos locutores Daimon e Mia e também de ouvintes foi um bate-papo descontraído em que a Sambista ficou bem a vontade, e estava junto com a cantora o Gustavo Petta que participou da criação do "ProUni".
Leci falou sobre varios assuntos entre eles influências músicais, educação e também sobre a questão de ser a primeira mulher a fazer parte da ala de compositores da mangueira.
Veja mais no video abaixo.

Sob o olhar estrangeiro



A princesa Mathilde Marie Christiane Ghislaine d'Udekem d'Acoz, da Bélgica esteve em Heliópolis em maio para conhecer a ação de moradores envolvidos em trabalhos sociais. A ilustre visitante agradeceu à todos pela acolhida e disse estar encantada com a comunidade, com a iniciativa e a disposição dos moradores em transformar Heliópolis, em um bairro educador.


Esse é um sinal que a vida na comunidade mudou, para melhor. Heliópolis, a maior favela de São Paulo lutou contra a policia em 1990 desobedecendo ordens de despejo.


Com força e comunhão, os moradores conseguiram na mesma década ser reconhecidos pelo governo federal como moradores e não invasores.


Após 30 anos de trabalho a ONG continua se empenhando para o desenvolvimento integral do bairro. A comunidade que já passou por poucas e boas, hoje tem um ar mais saudável e hospitaleiro. As ruas começam a ganhar cores, novos esgotos são feitos e a segurança também avança com a conscientização dos jovens moradores para transformar em um ambiente sociável, o bairro que antes era lembrado apenas pelas rotineiras chacinas.


"Hoje a maioria das casas em Heliópolis conta com a energia elétrica, água encanada e saneamento básico" diz Antônia Cleide Ahmed, presidente da ONG UNAS (União de Núcleos, Associações de moradores de Heliópolis e São João Climaco).


Os projetos no bairro têm chamado a atenção de alguns observadores estrangeiros que visitam a favela e decidem ficar. Na maioria das vezes fazem trabalhos voluntários durante sua estadia, trocando experiências de vida em uma espécie de intercâmbio cultural.


A ONG inglesa ActionAid também desenvolve projetos na região, faz um trabalho de prospecção financeira com potenciais doadores para desenvolver ações junto a comunidade.


A presença de Julia Rometti (França) e Vitor Costales (Equador), convidados pela Bienal do Livro para levar arte às comunidades, também agrega valores a essa jornada.


Encantados com Heliópolis eles decidiram deixar um presente no bairro. A ídeia é criar um portal de boas-vindas para receber ainda melhor os visitantes e dar um ar mais charmoso ao Local. Os construtores dessa pequena obra serão os próprios moradores e alunos de colégios da região. O intuito é mostrar a importância do incentivo à cultura.


Heliópolis também já recebeu algumas personalidades internacionais como o ex-jogador da seleção da França Zinédine Yazid Zidane, que veio inaugurar a quadra poli- esportiva que recebeu uma reforma completa patrocinada pela Adidas no ano da França no Brasil, 2009.


E mais recentemente, Heliópolis recebeu a princesa da Bélgica, Mathilde, que aproveitou um espaço na agenda de compromissos de seu marido o Príncipe Philippe Léopold para visitar projetos sociais e passar pela biblioteca comunitária onde respondeu perguntas para a rádio Heliópolis e doou alguns livros para o acervo comunitário. Tudo isso enquanto seu marido Principe Philippe fazia negócios com o Brasil.


Junto a princesa vieram representantes do consulado Belga e dezenas de jornalistas Europeus. Alguns disparavam afirmações enquanto olhavam estarrecidos para arquitetura do bairro.


"Como conseguem fazer isso?", "Isso é mais planejado do que você imagina". Comentaram dois jornalistas do canal belga RTBF.


"Estou muito feliz em estar aqui e conhecer um lugar como Heliópolis, com pessoas batalhadoras que conquistaram seus direitos ao invés de ganha-los, isso deveria ser um exemplo para o mundo todo". Concluiu Thibaut de Kerchove d'Ousselghem, representante federal do reino da Bélgica.







Autoria: José Ivan Beserra Baião Junior
Blog: www.ivanjjunior.blogspot.com

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Heliópolis realiza trabalho com jovens grávidas


Priscila Mendes, aos 15 anos, é uma jovem mãe há quase um ano. Ela mora com os pais na comunidade de Heliópolis e conta com o apoio do pai de Dérick, o filho de 8 meses do casal.

A gravidez na adolescência ocorre entre a primeira e a quinta relação sexual, segundo pesquisa do IBGE. Quando isto acontece a jovem tem de enfrentar, paralelamente aos processos de transformação do corpo, as mudanças causas pela gestação. A gravidez precoce representa uma sobrecarga psicoemocional muito grande, pois, na maioria das vezes, a adolescente não a planeja.

A pesquisa do IBGE mostra também que nos últimos anos ocorreu aumento de 18,52% do índice de gravidez entre as jovens na região Sudeste. O índice é maior em regiões periféricas e em situação econômica menos favorecida.

A comunidade de Heliópolis, zona sul de São Paulo, é considerada a segunda maior favela da América Latina. Lá vivem aproximadamente 125 mil habitantes, sendo que 35% deles são jovens de 10 a 24 anos. Muitos destes jovens pulam a etapa da vida que seria de descobertas pessoais para gerarem uma nova vida.




Para auxiliar esse grande número de jovens, Heliópolis conta com a Casa do Adolescente - complexo hospitalar anexo ao Ambulatório Médico de Especialidades (AME) - que atende jovens com idade entre 10 e 19 anos.


A casa do Adolescente atende atualmente 126 grávidas de 13 a 19 anos. "Nós atendemos muitas adolescentes aqui, no entanto, acho que esse número é pequeno se comparado ao tamanho da comunidade", explica a enfermeira Flávia Nicolav Farias, responsável pelos grupos de orientação a gestantes da casa do Adolescente.

Além do Trabalho de orientação e prevenção aos riscos da gravidez, as adolescentes como Priscila, que fez maior parte do seu pré-natal na Casa do Adolescente, contam com o apoio de nutricionistas, psicólogos, dentistas, hebiatras - especialista médico para adolescentes - e assistentes sociais.

A adolescente reconhece a importância que os profissionais exerceram em sua gestação. "No ínicio foi muito difícil, mas com a ajuda deles e do meu namorado eu consegui controlar os medos da minha gravidez", relata Priscila.

Segundo a enfermeira Flávia Nicolav, muitas jovens atendidas na Casa do Adolescente deixam de estudar durante a gestação. "Cerca de 80% das jovens atendidas aqui param de estudar a gravidez e apenas 30% voltam após o nascimento da criança", explica Flávia.

Esse dado se confirma no depoimento de Priscila. "Eu parei de ir pra escola porque tinha vergonha do barrigão, agora não quero deixar Dérick sozinho ou com pessoas estranhas. Quem sabe, quando ele crescer um pouco mais eu voltarei a estudar", conta a Adolescente.

A pesquisa do IBGE aponta os fatores mais frequentes que levam à uma gravidez precoce, são eles: o desconhecimento dos métodos contraceptivos, que, apesar de conhecidos, não são praticados.

A casa do Adolescente conta com apoio de grupos de orientação, que têm como objetivo suprir os jovens da comunidade e ampliar as informações acerca da gravidez, além de outras questões sócio-educativas.




Autoria: Ana Paula e Renata